quarta-feira, 4 de julho de 2012

RALI SERRAS DE FAFE

Depois do excelente inicio de época em Viera do Minho, rumámos de armas e bagagens para Fafe, onde a 25 e 26 de Maio iria ter lugar a primeira e única prova de terra deste ano na Taça e Portugal.

É pena esta situação, pois desta forma o campeonato fica bastante desiquilibrado e um verdadeiro piloto de ralis tem que ser polivalente, ou seja, tanto tem que conduzir em asfalto como em terra e com o campeonato repartido desta forma o peso da balança fica claramente a pender para os pilotos e carros mais adaptados ao afalto, o que não é o meu caso, pois apesar de ser um "aluno aplicado" e de os resultado até serem agradáveis, tenho a certeza de que o meu habitat natural é a terra, pois é aí que me sinto particularmente á vontade e sei que é nesse piso que posso fazer a diferença, para além ainda de, o Mitsubishi ser um autêntico "papa-léguas" neste terreno e dar um verdadeiro gozo na sua condução em "gravel-mode" :-) , mas pronto, é assim que estão dadas as cartas e como tal será assim que temos de jogar...

Para esta prova a moral estava em alta, e a nossa ambição era lutar por um dos dois primeiros lugares do pódio, o que, estavámos conscientes e confiantes em conseguir, desde que tudo corresse de forma normal e sem imprevistos.

O rali começou com muita chuva no 1º troço, havendo inclusive algumas zonas em que a visibilidade era completamente nula, pelo que houve que atacar, mas ao mesmo tempo fazê-lo com muita atenção, pois nestas condições era muito fácil cometer um erro e saír de estrada. Foi um troço que nos correu bem fazendo um tempo que nos permitiu imediatamente ficar dentro dos lugares do pódio e por isso mesmo, dentro da estratégia que tinhamos delineada.

No troço seguinte, Montim, onde vinhamos a fazer  um excelente registo, tivemos uma pequena saída de estrada no final, felizmente sem consequências, mas que nos levou a perder entre 10 a 15 seg. e com isso a possibilidade de fazer um excelente crono e quem sabe mesmo, a vitória na especial, mas adiante.

Na repetição pelo troço de Ruivães correu tudo normalmente, consolidando a nossa posição no top 3, para depois em Montim 2, quando uma vez mais vinhamos a efectuar um excelente registo, termos efectuado um tête a grande velocidade, felizmente sem consequência uma vez mais, na ultima curva do troço.

A meio do Rali, estávamos em 3º lugar a apenas poucos segundos da 2ª posição e já com o regresso do sol e do bom tempo, decidimos atacar com tudo para os 4 ultimos troços. Fafe-Lameirinha correu-nos bem, tal como Luilhas, e quando voltámos a passar pela zona de assistência já tínhamos a 2ª posição perfeitamente consolidada, o que vinha de encontro aos nossos objectivos, pelo que decidimos continuar a andar depressa, embora já sem arriscar demasiado, pois esta era uma classificação que nos servia perfeitamente.

Foi então, que na última passagem por Fafe-Lameirinha e quando tudo nos vinha a correr na perfeição, que o carro se desligou sem razão aparente, a cerca de 20 mts do final, tendo-nos permitido ainda acabar o troço uma vez que era a descer, mas recusando-se depois a trabalhar e obrigando-nos a desistir a apenas um troço do final e numa altura em que eramos os claros 2ºs classificados da geral na Taça de Portugal.

Já sabemos que os ralis apenas acabam no parque fechado e que esta é uma expressão que não poderia corresponder mais á realidade, mas desistir a um troço do final, sendo 2ºs da geral, convenhamos que é algo que custa muito a digerir, ainda para mais porque parece que aquele troço e eu temos algum problema mal resolvido no passado, pois já é a 2ª vez que ali fico, a um troço do final, e quando tinha o lugar no pódio mais que assegurado, mas pronto, pode ser que á terceira seja de vez e que no próximo ano este possa ser o troço da consagração. Acreditamos nisso e é com esse sentimento que vamos continuar a trabalhar.

Em relação á avaria que tivemos, foi algo tão simples como uma fuga no colector de escape que se veio a agravar durante este troço, e que deu origem a derreter os fios do captor do motor, fazendo com que este deixasse de trabalhar. Foi chegar a casa, desmontar a distribuição, mudar esta sonda e "voilá", o Mitsubishi ficou outra vez pronto para a "guerra". Apesar de tudo, menos mal...

Por último resta-me agradecer a toda a nossa equipa que esteve 5 estrelas, ao Bernardo que continua a desenvolver um grande trabalho, á minha mulher pelo apoio e trabalho em todas as provas, ao Daniel que para além de ser um parceiro do projecto, se tem revelado também um bom amigo e um enorme entusiasta, estando também presente no terreno a ajudar e dar apoio, a todos os nossos patrocinadores que suportam este projecto e continuam a acreditar no nosso trabalho e seriedade, e por fim a toda a familia e amigos que nos apoiam incondicionalmente. Prometemos voltar na próxima prova ainda com mais vontade e decididos a lutar pelos nossos objectivos.

Até ao Rali do Centro de Portugal  a realizar na Marinha Grande a 21 e 22 de Setembro.

Um abraço.

A.Neves