domingo, 30 de outubro de 2011

RALI DE MORTÁGUA

O Rali de Mortágua encerrava a nossa época desportiva e servia também de palco para a nossa estreia na Taça de Portugal de Ralis, num ano onde disputámos provas do Open, do Regional Centro e agora também da Taça, numa época de ralis bem preenchida e onde cumpriamos desta forma todos os pontos do contracto que estabelecemos com os nossos patrocinadores.
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Apesar de ser uma prova que também contava para o Regional Centro, onde tudo já estava resolvido, a nossa intenção voltava a ser a de andar rápido, embora sem correr riscos desnecessários que de alguma forma pudessem comprometer o budget que tínhamos para terminar o ano.
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No entanto, foi um rali que começou logo com alguns problemas na vespera, uma vez que quando estávamos a fazer a revisão ao Evo detectámos a necessidade de substituir os triângulos da frente, o que me obrigou a fazer 300 kms já durante a noite, de modo a ir ao Cartaxo (muito obrigado Luis Mota) buscar o material que nos permitia colocar o carro em condições de disputar a prova.
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Depois do stress, e com o problema resolvido (pensávamos nós), lá arrancaram o Tó e o David para Mortágua, por volta da meia-noite, obrigando-nos desta forma a fazer horas extras num rali que em principio deveria ser o mais tranquilo de toda a época.
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Após as habituais verificações, Sábado pela manhã, e os ultimos retoques, foi colocar a viatura em parque fechado e esperar pelo inicio da prova que iria contar com a a realização de 5 provas especias durante este dia, para depois terminar no Domingo com a realização de mais 4 troços.
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O pior foi mesmo que, pouco tempo depois do inicio do 1º troço, começámos a sentir uma imensa vibração nos travões, sintoma que se agravou rápidamente e nos obrigou a realizar a especial em ritmo bastante lento, ponderando inclusive o abandono, uma vez que não sabiamos o que se passava e a sensação era a de que poderiamos perder uma roda a qualquer momento.
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Após a especial e de termos desmontado a roda constatando que nada estava desapertado e que o problema só poderia ter a ver com o empeno exagerado dos discos de travão, decidimos percorrer o 2º troço, embora em ritmo lento e com os piscas ligado, para depois na assistência tentarmos perceber o que se passava e decidir então se poderiamos continuar em prova.
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Durante a assistência de apenas 10 min. mudámos as pastilhas, colocando umas já bastante velhas, e após concluirmos que nada de mais grave existia, decidimos continuar em prova e verificar se o problema diminuiria, deixando-nos pelo menos a possibilidade de rodarmos a ritmo moderado.
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Nos dois troços seguintes rodámos efectivamente a cerca de 50% daquilo que poderiamos fazer, e constatámos que, pelo menos daria para rodar até ao final uma vez que a imensa vibração tinha diminuido um pouco. E assim fizemos a pec 3 e 4, não sem antes termos penalizado 1 minuto, o que na práctica representa 10 seg., pois quando estávamos á entrada do controle horário para o 4º troço, houve um espectador que nos bateu no vidro e disse que a roda de trás do lado direito estava furada. Bolas..., "hoje parece que tudo nos acontece", disse o Bernardo, "Se calhar pensavas que isto este ano eram só maravilhas, não?" respondi-lhe em tom de boa disposição. E lá saimos os dois do carro mudando a roda num tempo record, deixando-nos ofegantes mas satisfeitos pelo trabalho efectuado, "até foi bom isto ter acontecido, pelo menos assim já nos serve de treino para a próxima época", rematei.
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Após nova passagem pela assistência, ainda havia que disputar a super-especial de Mortágua, que contava com a presença de milhares de espectadores, o que para nós é sempre de assinalar.
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Apesar dos problemas de travões, e como esta era uma especial curta (1,86 kms), conseguimos estabelecer a melhor marca entre os concorrentes da taça de Portugal, o que nos deixou obviamente satisfeitos e conscientes de que, caso não tivessem sido os problemas nos travões, estariamos certamente a disputar a vitória nesta competição.
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Depois de tudo, e quando fomos deixar o carro em parque fechado no final deste dia de Sábado, diz-nos um dos comissários, "aguardem um pouco sff, pois temos que fazer o pódio do CRRC e vocês são os 3ºs classificados". "Quê!!!???!!!???, os terceiros classificados???" perguntámos os dois ainda meio desconfiados, "não é possível, deve haver aí algum engano...", dissemos, "não há engano nenhum, ora vejam aqui os tempos, vocês são mesmo os 3ºs classificados do Regional Centro", insistiu o comissário. Bem, a verdade é que mesmo após tantos problemas e peripécias neste primeiro dia, a nossa insistência em continuar compensou, e no final fomos mesmo os 3ºs classificados entre o CRRC, o que obviamente nos deixou muito contentes.
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Para Domingo faltavam cumprir 4 classificativas no evento relativo á Taça de Portugal, onde estavamos classificados em 8º lugar, pelo que, no nosso pensamento estava apenas a ideia de andar o melhor possível face aos problemas que sentiamos no carro, ainda para mais nestes troços que eram bastante rápidos e nos obrigavam a fortes travagens.
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Apesar de tudo, a verdade é que com o decorrer do rali e o passar dos kms a vibração ia diminuindo, deixando-nos cada vez mais á vontade para aos poucos irmos aumentando o ritmo, o que obviamente fizemos, embora deixando uma enorme margem de segurança, pois o problema continuava lá, condicionando bastante o nosso andamento.
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Desta forma chegámos ao último troço classificados no 4º lugar da Taça, o que naturalmente nos deixava de certa forma satisfeitos e resignados em virtude dos acontecimentos, mas, quando chegámos ao final desta classifivativa, vimos que o concorrente Joaquim Gaspar, que até aqui tinha feito uma prova muito boa, tinha saído de estrada, danificando um pouco o carro e perdendo algum tempo, o suficiente para alcançarmos o 3º lugar e subirmos uma vez mais ao pódio deste rali pela segunda vez durante o fim de semana.
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Todos sabemos que os ralis só acabam quando se coloca o carro em parque fechado, e que até lá tudo pode acontecer, mas apesar de tudo, e depois de tantas peripécias, julgo que tanto eu como o Bernardo estávamos satisfeitos com o 4º lugar, ainda para mais numa competição onde fazíamos a nossa estreia esta época, sendo a classificação do J.Gaspar mais do que merecida face ao que tinha feito durante a prova, mas as coisas são mesmo assim e tal como já referi antes, os ralis só acabam mesmo em parque fechado, pelo que, depois de tantos problemas e do enorme esforço por que passámos para levar o carro até ao final, também nós fizemos por merecer esta classificação e temos assim que estar felizes com a prova que realizámos, pois uma vez mais este resultado foi a constatação de que estamos perfeitamente identificados com o espirito dos ralis e que, em conjunto, somos capazes de unir esforços para alcançar um objectivo comum. Para mim, saber que ao fim de um ano, eu e o Bernardo nos compreendemos perfeitamente e sabemos o que é necessário para motivar o outro, respeitando o seu lugar e a sua função dentro da equipa, deixa-me bastante contente e tranquilo para o futuro em relação a uma função tão sensível e de tanta responsabilidade como é a de co-piloto.
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Agora, resta-nos começar desde já a trabalhar e a preparar a próxima época, de modo a que consigamos voltar a estar presentes no campeonato, com os mesmo objectivos e profissionalismo de sempre, continuando a merecer a confiança por parte de todos os nossos patrocinadores.
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Um abraço.
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A.Neves

sábado, 29 de outubro de 2011

MOTORSHOW PORTO 2011











Após o rali do Centro e a conquista do título, foi com um enorme prazer que estivemos presentes no Motorshow para deste modo continuar a promoção do nosso projecto e dos nossos patrocinadores num evento único que se realiza no nosso País.

Este ano o convidado era nada menos que o antigo bi-campeão Mundial, Massimo (Miki) Biasion, sendo pois mais um polo de interesse e um forte motivo para a presença de muito público.

A presença de milhares de aficcionados foi aliás um dos aspectos que mais nos surpreendeu (estiveram presentes no salão mais de 50.000 visitantes), justificando na totalidade o investimento que fizemos em estar presentes na Exponor para esta festa do automóvel, pois o retorno que dela conseguimos obter foi deveras importante e significativo para todos.

No plano desportivo a nossa participação voltou a saldar-se por um êxito enorme, uma vez que na nossa 1ª participação neste tipo de eventos, conseguimos ir ultrapassando todas as eliminatórias e também a final, onde batemos inclusivamente o Miki Biasion, para assim chegarmos á super-final onde apenas estiveram presentes os 15 melhores de entre mais de uma centena de pilotos aspirantes ao troféu piloto Motorshow 2011.

Já na super-final, e depois de termos estabelecido a nossa melhor marca do final de semana, foi com enorme satisfação que alcançámos a 7ª posição final, encerrando assim da melhor forma a nossa presença na Exponor.

A nossa presença neste evento foi seguramente a maior acção de promoção e marketing que levámos a cabo esta época, pelo que, e depois do enorme sucesso de 2011, é já com alguma expectativa e ansiedade que aguardamos a realização da próxima edição, que aliás, segundo já nos confidenciaram, ainda terá mais surpresas e espera atrair mais espectadores que as anteriores.

Um abraço.

A.Neves

RALI CENTRO DE PORTUGAL - RUMO AO TÍTULO.

Como é normal, esta prova foi encarada pela nossa equipa com o máximo de profissionalismo e empenho, uma vez que aqui poderia ficar decidida desde logo a vitória no Camp.Regional Ralis Centro 2011, pelo que, após uma revisão cuidada ao Mitsu e um pequeno teste para ver se tudo estava ok, lá seguimos rumo á Marinha Grande.

Os reconhecimentos correram dentro da normalidade e uma vez mais, devido á impossibilidade de o Bernardo estar presente logo pela manhã, foi a Dora que fez esse papel até á hora de almoço (thanks again Baby :-) ).

De referir o esquema bastante realista que foi montado pelo Clube Automovel da Marinha Grande e que devia ser seguido por todos os clubes; - Treinos num dia e prova no outro, reduzindo assim bastante os custos para todos e concentrando a prova num esquema muito do agrado dos espectadores. Só foi pena que os treinos não tivessem sido ao Sábado e a prova no Domingo, facilitando ainda mais quem não pode (infelizmente) ser um profissional destas andanças.

No dia do rali a moral estava em alta, mas quando chegámos á 1ª assistência, antes de arrancar para os troços, deparámo-nos com um problema, pois a mala do carro, local onde está o deposito de combustivel, estava quase meia de gasolina, o que indicava que existia uma fuga em algum lado. Como a assistência era apenas de 10 minutos, foi pois com algum nervosismo que retirámos a gasolina com uma bomba, ao mesmo tempo que o Tó apertava todo o sistema de tubagens de modo a tentar controlar o problema, o que julgávamos ter conseguido, apesar de termos saido para a estrada com um cheiro insuportável dentro do carro como podem imaginar.
De qualquer modo, quando parámos para controlar se tudo já estaria bem, constatámos que, apesar de menor, ainda existia alguma fuga que ainda tinha deixado um ou dois litros na mala do Evo e nos continuava a preocupar. Como tínhamos algum tempo até controlarmos, foi meter mãos á obra e após alguns minutos a reapertar e confirmar todo o sistema, enquanto o Bernardo retirava toda a gasolina que ainda andava á solta, lá solucionámos o problema, pelo que foi com um alivio enorme e cheios de moral que partimos para a 1ª classificativa.

Nesta classificativa, entrámos logo ao ataque, embora sem arriscar e no final as coisas correram -nos bem, pois fizemos o terceiro tempo, a 2 segundos exactos do vencedor, o que foi óptimo, pois como é do conhecimento geral, é nas primeiras classificativas onde me sinto menos á vontade e costumo perder algum tempo.

Na especial seguinte, continuámos com a mesma táctica e ganhámos o troço, passando para a frente da prova por 11 segundos. Tal como planeado, estávamos a fazer aquilo que nos competia, embora o Luis Mota estivesse na 2ª posição, o que não era suficiente para garantir desde logo o título.

Na 3ª pec, voltámos a ser os mais rápidos entre os concorrentes ao CRRC, dilatando a nossa vantagem para cerca de 16 seg. o que nos deixava desde logo uma margem confortável para o resto do rali, que se encontrava agora sensivelmente a meio.

Na 4ª classificativa, voltámos a andar bastante rápido, e logo após o final do troço, como habitualmente, consultámos de imediato as mensagens que nos estavam a ser enviadas em tempo real pelo Adérito de modo a podermos assim controlar os tempos dos nossos colegas, quando começámos a estranhar a demora com o aparecimento do tempo do Luis, suspeitando de imediato que algo se poderia ter passado, quando sensivelmente a meio da ligação recebemos a confirmação de que algo de anormal se teria passado, pois neste troço o Luis Mota perde cerca de 5.30 min. para nós, passando assim para a cauda do pelotão e deixando-nos apenas dependentes do nosso resultado para podermos conquistar o campeonato.

Após esta notícia, escusado será dizer que a ansiedade foi alguma por uns momentos, embora rápidamente, o Bernardo e eu tenhamos tomado consciência de que, agora mais que nunca, havia que ter muita calma e levar o carro até ao fim no comando do rali, o que nos garantiria desde logo a tão desejada conquista do CRRC 2011.

Depois da passagem pela assistência situada na Marinha Grande, ficavam a faltar cumprir 2 classificativas de modo a conquistarmos o nosso objectivo, pelo que, foi com toda a calma e concentração que o fizemos, sem forçar nada no carro e desligando inclusive o ALS de modo a garantir que nada de anormal se passava, embora não nos tenhamos livrado de um pequeno susto, pois os sinoblocos do triângulo da frente do lado esquerdo cederam, obrigando-nos a fazer o último troço com uma enorme vibração no carro, especialmente durante as travagens, pelo que foi com um enorme alivio que chegámos ao fim e garantimos não só a vitória no rali, como também a vitória no campeonato. Estava feito!

Foi uma vitória que não foi fácil, num rali onde tivemos sempre que lutar contra pequenas adversidades, mas quando assim é tudo tem mais sabor, pelo que foi com uma enorme satisfação que alcançámos mais esta conquista de modo a assim podermos retribuir a todos os que sempre nos ajudaram e acreditaram neste projecto.

Por isso mesmo, em meu nome e de toda a equipa, muito obrigado a toda a nossa família, patrocinadores e amigos que sempre nos apoiaram. ESTE TÍTULO É VOSSO!

OBRIGADO.

Um abraço.

A.Neves