segunda-feira, 31 de maio de 2010

RALLY DE PORTUGAL - PARTE 1. A EPOPEIA...

Ufa, que isto não foi fácil..., mas também já diziam os antigos que quando as coisas são muito fáceis também não têm piada nenhuma. Pois sim..., mas eu acrescento: - OK, só que ás vezes também não precisavam de ser assim tão dificeis, bolas!

Mas vamos lá começar pelo principio...

Sábado dia 22, pela hora de almoço, parte da equipa Roady Compétition apresenta-se ao "serviço", em Portimão, no Centro-Auto Roady desta cidade, por forma a assim começar a preparar esta jornada com calma e em antecipação, uma vez que nestas coisas dos ralis, mais vale prevenir que remediar. Mal sabiamos nós...
.
Nesse mesmo dia á tarde, andámos cerca de 120 kms numa zona perto do Autódromo do Algarve, para rodar o motor, que tinha sido totalmente feito de novo, por forma a que tudo ficasse preparado para que no dia seguinte já se pudesse testar o carro em terra e em condições de corrida. Tudo ok. O carro rodou sem qualquer problema e tudo parecia encaminhado para que a semana fosse tranquila e livre de stress, que é coisa que já tenho de sobra durante a semana normal de trabalho.

No Domingo pela manhã, tal como planeado, lá estávamos nós na zona de Vila do Bispo, aproveitando parte de um troço do Regional, para agora sim, começar a andar um pouco mais a sério e tentar perceber como estava o carro depois da intervenção a que tinha sido sujeito, pois desde o Torrié que sentiamos que o motor já tinha tido melhores dias, tendo vindo a comprovar isso mesmo durante a prova de Fafe, onde a "burra" se revelou uma autêntica "óleoolica" :-) , consumindo durante a corrida cerca de 3 litros deste líquido.

Uma ou duas passagens para aquecer o motor, ALS ligado, e lá vamos nós...

Eh lá! O animal está um autêntico "puro-sangue". Agora sim, pensámos (eu e o Filipe), finalmente temos motor. É verdade que sentimos que algo ainda não estava bem com os diferenciais, pois a tendência para o carro se passar de traseira, tal como aliás já tinha acontecido em Fafe, continuava, mas pelo menos o motor estava "canhão". Fizemos mais algumas passagens para ver se estava tudo em condições e quando tudo parecia estar ok e já nos estávamos a preparar para carregar o carro no atrelado e voltar para a base em Portimão, notamos que o motor começa a falhar. Algo simples, comentei eu e o Filipe, mas quando chegámos perto do Zé, e depois de ele ter tirado uma vela, percebemos imediatamente pela sua cara, que algo de grave se passava.

Quando chegámos á oficina e depois do motor aberto, confirmaram-se os piores receios, o motor tinha partido um piston! Lá se vai a semana tranquila e sem stress...

Depois de analisado o motor e termos chegado á conclusão que a origem do problema estava na afinação da electrónica, havia agora que arranjar uma solução para se refazer o motor e fazer com que o técnico pudesse vir afinar a centralina antes das verificações de 4ª feira.

Num Domingo á tarde, em Portimão, onde é que vamos agora desencatar 4 pistons, segmentos e um jogo de juntas para um Mitsubisho evo7 ???!!!???

Calma, porque que se não houver material deste, na Guia, na oficina do meu amigo Ricardo Teodósio, então seguramente que também não o haverá em mais parte nenhuma deste País. Um telefonema depois, e a resposta não tarda: -Então meu amigo, há problema? O que é que é preciso? Pistons, segmentos e juntas? Não há problema, podes vir buscar que tenho cá tudo. Grande Ricardo, amigos destes há poucos, e este tem um coração do tamanho do mundo. Aliás, basta vê-lo a conduzir para perceber imediatamente isso mesmo. Haja coração :-) .

Outro telefonema para o Eng. das centralinas, que nos disse que estaria em Portugal na 4ª feira de manhã para o Rali, e lá ficou tudo combinado. Agora "só" havia que (re)fazer o motor, montar tudo e acabar o carro para que na 4ª de manhã se afinasse a centralina e durante a tarde estivessemos então no começo das verificações técnicas á hora marcada. Enquanto isso na 2ª feira eu e o Filipe iríamos fazer as verificações admnistrativas e levantar toda a papelada para que pudessemos reconhecer durante 3ª e 4ª feira, onde durante a tarde nos reencontrariamos então com a nossa equipa de assistência, já no estádio do Algarve.

A partir de agora, cada um ficava entregue á sua sorte. A nossa assistência em Portimão a acabar o carro, que esperávamos nós, iríamos reencontrar apenas dali a quase 3 dias, caso corresse tudo como previsto e não houvesse entretanto mais nenhuma surpresa, e nós, no meio da serra Algarvia e dos caminhos Alentejanos, a reconhecer a prova ao volante do Cherokee que o nosso amigo Bruno Andrade nos emprestou para o efeito. - Isso é que é confiança...hmmm, Bruno?

(continua...)

Um abraço.

A.Neves

1 comentário:

  1. Excelente, esta 1ª parte daquele a que apelidaste, e quanto a mim muito bem, de "Epopeia", este teu/vosso Rallye de Portugal 2010.
    Venha a 2ª Parte!
    (só após a conclusão do teu relato, serão efectuados os comentários à prova ;))
    Grande Abraço!

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